O Gigante não acordou

Em junho do ano passado, no ápice das manifestações realizadas durante a Copa das Confederações, quando milhares de pessoas foram às ruas de nosso país protestar contra o sistema que vem se impondo, fiquei entusiasmado pois, pela primeira vez, estava diante da história sendo modificada, do rompimento com os valores e hábitos cultivados, o povo dizia não à corrupção, aos benefícios imorais, a toda podridão na qual se encontrava a nossa politica. Via o semblante das pessoas clamando por mudanças! Em alguns instantes, deu-me medo de tudo sair fora do controle, de uma guerra civil, da instalação do radicalismo, como o dos black blocks. 

O fervor da militância estudantil contra a ditadura era visto mais uma vez. "Não é somente por vinte centavos", dizia o povo! Os políticos do mais alto escalão ficaram estremecidos, estonteados, não sabiam o que fazer. E tinham que ter cuidado, pois qualquer ato mal feito poderia significar o fim de suas vidas políticas. 

Mas aí, o tempo foi passando, as coisas foram esfriando, e chegamos no paradigma apresentado atualmente. Pouco mais de um ano depois de todo ocorrido, o país viveu suas primeiras eleições. O reflexo de tanta indignação não foi para as urnas. Estas não trouxeram as mudanças que esperei. Na verdade, apenas houve uma continuação de todo o aparelhamento instalado. 

Nem o escândalo da Petrobrás foi suficiente para mudar alguma coisa. As pessoas, que pareceram tão sedentas pela troca dos administradores do Estado e legisladores, não tiveram forças para fazê-la. Poucos foram aqueles que realmente votaram conscientes no último final de semana. 
O novo Brasil não veio. A política suja e podrida se manteve.

É necessária a alternância no poder. Um grupo político não deve ficar tanto tempo à frente da máquina estatal. É perigoso à democracia o estado que vive o nosso país hoje. Se a coisa continuar como está, brevemente poderemos ter Hugo Chaves na versão tupiniquim. E isso, prezado leitor, é o que nem eu e certamente nem você queremos!

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